Quando estamos em outro país, tudo o que queremos saber é de notícias do nosso país. Mas confesso que as notícias têm sido desanimadoras.
Estamos mergulhados numa loucura coletiva de discursos ideológicos e falta de diálogo que às vezes parece que não estamos na realidade da vida, mas num grande filme de ficção.
A cada momento indagamos: o que será que vem por aí?
Por conta dessa maluquice e em razão do excesso de informações, entrei no “modo sobrevivência”. Resolvi ficar menos tempo ligado ao bombardeio de notícias. A meta é ficar apenas no essencial e chegar a um equilíbrio.
São muitas informações a todo momento, e isto gera falta de foco, angústias e ansiedades. Os dias e as horas nem terminam e lá estão as notícias e as pendências digitais.
Como diz o verso da música Alegria Alegria, “o sol nas bancas de revista/Me enche de alegria e preguiça. Quem lê tanta notícia?”.
É necessário fugir do labirinto de informações que nos assola de todos os lados; fugir da alienação e viver com mais qualidade e sabedoria.
Em tempos de excessos de dados e de crises o jeito é concentrarmos naquilo que mais gostamos. No meu caso estou mais refugiado no melhor remédio para os males da alma: a literatura. Como dizia Pessoa, a literatura “é uma confissão de que a vida não basta”.
Diminuir um pouco a conexão significa alguns minutos ou horas a mais por dia para uma boa leitura; ou seja, vários livros a mais por ano. Em alguns anos isso fará uma grande diferença.
A vida passa rápido e o tempo flui ligeiro. Desacelerar um pouco é preciso!