No livro “Como as democracias morrem”, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt (Ed. Zahar), logo no primeiro capítulo, chamado de “Alianças fatídicas”, os conceituados pesquisadores de Harvard observam: “… sempre que extremistas emergem como sérios competidores eleitorais, os partidos predominantes devem forjar uma frente única para derrotá-los…”
Não há dúvidas que os principais responsáveis pelo desastre político que estamos vivendo no Brasil são os próprios políticos, dos grandes partidos.
A classe política, mesmo sabendo que há muito tempo estava desacreditada, insistiu na velha política e na manutenção dos poderes e privilégios; não fez as reformas políticas necessárias e nem se preocupou com a formação de novos líderes.
Os desgastes e descréditos levaram aos extremismos destas eleições.
Como observam os autores do livro, para isolar “extremistas populares” há que se ter coragem política. Nestas eleições o ideal seria que os partidos verdadeiramente republicanos se unissem num nome gerador de coalizão e de consensos democráticos.
A grave omissão mostra que muitos dos nossos políticos falam em nome da sociedade, mas ainda cuidam mais dos seus interesses pessoais e partidários. Não se unem, nem nos momentos essenciais para o país.
Essa complacência com o radicalismo colocou o país em perigo. Estamos na iminência de um grande salto no escuro.